Operação do MPRO mira grupo que usava violência extrema para cobrar dívidas e intimidar vítimas

O Ministério Público de Rondônia (MPRO) deflagrou, nesta sexta-feira (25), a Operação Cruciatus, um desdobramento da Operação Soldados da Usura. A operação conta com a participação do Ministério Público do Mato Grosso (MPMT), que também está cumprindo mandados. As investigações visam um esquema de empréstimos ilegais que utilizava extrema violência para a cobrança de dívidas.

Entre os crimes apurados estão tortura, extorsão e roubo, supostamente praticados por um grupo de pessoas sob a direção de uma das investigadas. As ações desse grupo resultaram em severas agressões que causaram sofrimento físico e mental a uma vítima já identificada, visando obter declarações e confissões. Essa conduta foi seguida da extorsão, que incluiu a restrição da liberdade e roubo.

De acordo com o MPMT, foram emitidos um mandado de prisão preventiva e um mandado de busca e apreensão durante as operações no estado. Na fase inicial das investigações, também foram confiscados aparelhos telefônicos, dos quais foram extraídas conversas em áudio e vídeo que evidenciam crimes como tortura, ameaças e coação de vítimas, além de indícios de intimidação de testemunhas.

Os criminosos utilizavam a violência extrema como método de operação. Em um dos casos, uma vítima foi obrigada a assinar um recibo sob a ameaça de morte de seu filho de três anos. As intimidações foram usadas não apenas para garantir o pagamento de dívidas, mas também como represália em acordos trabalhistas e conflitos comerciais, com distribuição de funções entre os integrantes do bando.

O MPRO também revelou que um policial militar estava envolvido, monitorando vítimas para que o grupo pudesse agir, mas não obteve sucesso devido à deflagração da primeira fase da Operação Soldados da Usura em fevereiro, que resultou na prisão de um dos principais líderes do esquema.

A fase ativa da operação, realizada com o apoio da Polícia Civil e Militar de Rondônia e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MPMT (Gaeco-MPMP), está cumprindo seis mandados de prisão preventiva e seis de busca e apreensão nas cidades de Porto Velho e Cuiabá.