Início das obras da Ponte Binacional Brasil-Bolívia marca nova era de integração
Foi iniciada a construção da Ponte Binacional Brasil-Bolívia, unindo Guajará-Mirim a Guayaramerín. Com entrega prevista para 2028, a obra visa impulsionar a economia regional e a integração entre os países do Mercosul.

Iniciou-se a construção da Ponte Binacional Brasil-Bolívia, que ligará Guajará-Mirim (RO) a Guayaramerín (Bolívia), com a previsão de entrega programada para 15 de março de 2028. O evento marcando o início das obras ocorreu na manhã de sexta-feira (17) em Guajará-Mirim, reunindo autoridades dos dois países.
A obra é considerada a mais significativa do terceiro mandato do presidente Lula em Rondônia e faz parte do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Sua execução promete impactar a economia regional de forma significativa.
Um vídeo institucional apresentado durante a cerimônia enfatizou o potencial da ponte, que poderá gerar de 200 a 600 empregos diretos ainda este ano, e até 5 mil empregos diretos e indiretos ao longo da construção. Autoridades presentes incluem o prefeito Fábio Netinho (Republicanos), o ex-senador Acir Gurgacz (PDT), e o governador do departamento do Beni (Bolívia), entre outros.
O senador Confúcio Moura (MDB) destacou a importância da inclusão do projeto no PAC em 2023, simbolizando um sonho histórico de integração na fronteira.
A ponte apresentará uma travessia de 1,22 quilômetro de extensão e 17,3 metros de largura, com um investimento total estimado em R$ 421 milhões. O contrato abrange a construção da ponte, acessos e complexos de fronteira, com um prazo de execução de 36 meses.
Do lado brasileiro, o acesso será feito a partir da margem do Rio Mamoré até a BR-425/RO (km 142,7), em um trecho de 3,7 km. O lado boliviano, sob responsabilidade da Bolívia, contará com 6 km de acesso, conectando a cabeceira da ponte à rodovia designada pelas autoridades locais.
A ponte é mais que uma estrutura física; ela simboliza a integração econômica e social entre Brasil e Bolívia. Para o Brasil, representa um avanço estratégico no "Projeto Saída para o Pacífico", facilitando o transporte de mercadorias até os portos chilenos, além de reduzir custos logísticos de exportação.
Do ponto de vista boliviano, a obra reafirma um direito estabelecido no Tratado de Petrópolis (1903), permitindo acesso ao oceano Atlântico através do território brasileiro, especificamente pelo porto de Porto Velho.
Além de criar novas rotas comerciais, a ponte promete beneficiar setores como agronegócio e indústria nacional, aumentando a competitividade dos produtos brasileiros e promovendo desenvolvimento sustentável na região.
Em termos sociais, a construção da ponte é percebida como uma ferramenta de inclusão e mobilidade, promovendo a integração entre comunidades fronteiriças, estimulando o turismo, e gerando oportunidades de trabalho.
No campo das relações diplomáticas, a obra estreita os laços entre Brasil e Bolívia, solidificando compromissos bilaterais e reafirmando a presença brasileira no eixo amazônico.
O senador Confúcio Moura sintetizou a importância da ponte, afirmando que ela é um símbolo de integração e esperança, representando um futuro que une os povos, economias e aspirações dos dois países.
Com o início das obras, Guajará-Mirim e Guayaramerín deixarão de ser apenas cidades irmãs separadas por um rio, tornando-se importantes portas de entrada e saída para um novo período de desenvolvimento e integração continental.