Putin diz estar pronto para usar armas nucleares em caso de ameaça à Rússia

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Putin diz estar pronto para usar armas nucleares em caso de ameaça à Rússia

O presidente Vladimir Putin disse na quarta-feira que a Rússia está pronta para usar armas nucleares se a sua soberania ou independência for ameaçada, emitindo outro aviso contundente ao Ocidente poucos dias antes de uma eleição em que é quase certo que ele ganhará outro mandato de seis anos.

O líder russo tem falado repetidamente sobre a sua disponibilidade para usar armas nucleares desde que invadiu a Ucrânia em Fevereiro de 2022. A ameaça mais recente ocorreu no seu discurso sobre o estado da nação no mês passado, quando alertou o Ocidente que o aprofundamento do seu envolvimento na lutar na Ucrânia representaria o risco de uma guerra nuclear.

Questionado numa entrevista à televisão estatal russa, divulgada na quarta-feira, se alguma vez considerou usar armas nucleares no campo de batalha na Ucrânia, Putin respondeu que não havia necessidade disso. Ainda assim, as observações pareciam ser uma mensagem ao Ocidente de que ele está preparado para usar todos os meios para proteger os seus ganhos naquele país.

Numa aparente referência aos aliados da NATO, ele também declarou que “as nações que dizem não ter linhas vermelhas em relação à Rússia deveriam perceber que a Rússia também não terá quaisquer linhas vermelhas em relação a elas”.

Na entrevista, Putin descreveu o presidente dos EUA, Joe Biden, como um político veterano que compreende perfeitamente os possíveis perigos de uma escalada, e disse que não pensa que o mundo esteja a caminhar para uma guerra nuclear.

Ao mesmo tempo, enfatizou que as forças nucleares da Rússia estão em plena prontidão e “do ponto de vista técnico-militar, estamos preparados”.

Putin disse que, em linha com a doutrina de segurança do país, Moscovo está pronto para usar armas nucleares em caso de ameaça à “existência do Estado russo, à nossa soberania e independência”.

Ele também reafirmou que a Ucrânia e os seus aliados ocidentais acabarão por ter de aceitar um acordo nos termos russos.

“Não deveria ser uma pausa para o rearmamento do inimigo, mas uma conversa séria envolvendo as garantias de segurança para a Federação Russa”, disse ele.

Fonte: Associated Press