Rondônia projeta segundo maior crescimento do PIB do Brasil em 2025 com 5,2%

Rondônia iniciou o segundo semestre de 2025 destacando-se no cenário econômico nacional, ocupando a segunda posição em projeção de crescimento do PIB, com uma estimativa de alta de 5,2%. O estado é superado apenas por Mato Grosso, que apresenta crescimento projetado de 6,4%. Mato Grosso do Sul ocupa o terceiro lugar com 4,9% de crescimento, enquanto Rondônia lidera na Região Norte.

O crescimento rondoniense é impulsionado principalmente pelo setor agropecuário, que está em um ciclo de expansão sustentado pela produção agrícola, aumento das exportações, geração de emprego e elevação da renda. Este ambiente propicia também uma aceleração na digitalização financeira, com o sistema de pagamentos instantâneos, PIX, alcançando novos recordes.

Em junho de 2025, o PIX registrou 276,7 milhões de transferências em um único dia, marcando um novo pico de uso no Brasil. Além disso, há uma crescente procura por corretoras de criptomoedas, refletindo a busca por bancarização e mais opções de investimento.

O boletim do Banco do Brasil aponta que a projeção do PIB agropecuário de Rondônia para 2025 é de 12,9%, enquanto os setores de serviços e indústria devem crescer 4,6% e 1,5%, respectivamente. Essa combinação sustenta o crescimento total do estado.

Em relação às safras, o boletim revela um aumento de 31,3% na produção de milho neste ciclo, além de crescimento nas demais culturas. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta uma safra nacional de grãos de 332,9 milhões de toneladas para 2024/25, proporcionando um contexto favorável para os estados exportadores.

Entre janeiro e maio de 2025, as exportações de Rondônia totalizaram 1,4 bilhão de dólares, e há expectativas de um novo recorde anual, com 2024 fechando em 2,6 bilhões de dólares. A pauta de exportações é diversificada, incluindo carnes, café e produtos derivados da soja.

O ambiente comercial global apresenta desafios, como as tensões comerciais com os EUA e novas tarifas sobre produtos estratégicos, o que pode afetar as margens de alguns segmentos. No entanto, a demanda e os preços internacionais são fatores que ajudam a minimizar os impactos, especialmente para produtos como o café.

No primeiro trimestre de 2025, a taxa de desocupação em Rondônia foi de 3,1%, a segunda mais baixa do Brasil, o que indica um mercado de trabalho mais aquecido e com melhores perspectivas de recolocação profissional. Essa realidade contribui para o aquecimento do consumo e dos serviços locais.

O setor de serviços tem demonstrado resiliência, mesmo diante de juros elevados. De acordo com o Banco do Brasil, Rondônia destacou-se como um dos estados com os maiores avanços no volume de serviços, reforçando seu papel como um "amortecedor" da economia.

Apesar das taxas de juros altas, a digitalização financeira está em crescimento, facilitando os pagamentos eletrônicos e abrindo caminho para novas soluções de investimento. A previsão de crescimento de 5,2% para Rondônia, com uma diferença pequena para Mato Grosso do Sul (4,9%), evidencia que o estado mantém uma vantagem competitiva na região Norte.

No entanto, é crucial monitorar dois fatores: as barreiras tarifárias no comércio internacional e o impacto das elevadas taxas de juros internas sobre os setores de serviços e indústria. A projeção continua indicando um ambiente favorável para o agro, que deve registrar crescimento considerável em 2025.