Com histórico de escândalos, Amazon Fort permanece no radar da Prefeitura de Porto Velho
Amazon Fort, envolvida em investigações de corrupção, segue sendo considerada pela Prefeitura de Porto Velho para contrato de coleta de resíduos sólidos, levantando questões sobre a transparência do processo.

Mesmo com um histórico de investigações relacionadas a fraudes, corrupção e ameaças, a empresa Amazon Fort, que foi alvo da Operação Presságio, continua sendo uma das principais candidatas ao contrato milionário de coleta de resíduos sólidos em Porto Velho. A condução do processo por parte da gestão do prefeito Léo Moraes tem gerado questionamentos sobre os critérios usados para a seleção do prestador de serviços.
No ano anterior, a Amazon Fort foi investigada enquanto atuava em Santa Catarina como prestadora de serviços de coleta de lixo para a Prefeitura de Florianópolis. A Operação Presságio, realizada pela Polícia Civil, investiga suspeitas de fraude em licitação e corrupção, especialmente após a empresa assumir o serviço durante uma greve da autarquia municipal Comcap.
Conforme dados do Portal da Transparência de Florianópolis, a empresa recebeu cerca de R$ 29 milhões entre janeiro de 2021 e maio de 2022, com um aumento de 85% nos repasses de um ano para outro. O contrato foi firmado sob a alegação da greve da Comcap, que iniciou em 20 de janeiro de 2021, mas o acordo com a Amazon Fort foi assinado um dia antes, levantando dúvidas sobre a legalidade do processo.
A investigação revelou que a empresa já anunciava vagas para o serviço de coleta em Florianópolis desde dezembro de 2020, antes do início oficial da greve, sugerindo que a contratação pode ter sido previamente orquestrada.
Adicionalmente, a Amazon Fort permaneceu operando por 17 meses sem uma nova licitação, mesmo após a greve acabar, e foram identificados pagamentos irregulares a uma ONG, bem como movimentações financeiras suspeitas envolvendo o ex-presidente da Comcap.
No aspecto das ameaças, em julho de 2024, o então prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, registrou um boletim de ocorrência após ser ameaçado por Iuri e Carlos Faria, proprietários da Amazon Fort, durante uma conversa informal. As ameaças ocorreram logo após uma audiência sobre o contrato de gerenciamento de resíduos sólidos, sendo presenciadas por altos membros da prefeitura.
Apesar do histórico questionável da Amazon Fort, a administração municipal atual continua as tratativas para a contratação dos serviços de coleta de lixo sem esclarecer publicamente os critérios utilizados, o que tem atraído a atenção de autoridades e da imprensa local.