Fan tokens se tornam popularidade entre torcedores e mercado cripto no Brasil
Os fan tokens se tornaram uma ponte entre torcedores e o universo das criptomoedas no Brasil, unindo engajamento esportivo à educação financeira digital.

No Brasil, os fan tokens transcenderam seu nicho e tornaram-se destaque nas arquibancadas, nas redes sociais e nas finanças pessoais dos torcedores. A proposta é simples: o torcedor adquire um ativo digital do seu clube, participa de votações, tem a chance de ganhar experiências exclusivas e monitora a flutuação dos preços, assim como em qualquer criptomoeda.
A fusão entre engajamento esportivo e acessibilidade, propiciada por pagamentos instantâneos e preços acessíveis, fez dos fan tokens uma porta de entrada para o ecossistema Web3 no país. A empresa Socios, desenvolvida pela Chiliz, selecionou o Brasil como um mercado prioritário e já estabeleceu parcerias com diversos clubes, impulsionando a popularização desse conceito.
O apelo pelos fan tokens cresce à medida que a emoção se junta à utilidade. Os torcedores valorizam a oportunidade de opinar em decisões oficiais e desbloquear recompensas, criando um senso de pertencimento ao clube. Simultaneamente, eles se familiarizam com a volatilidade do token, cuja variação de preço é influenciada por fatores como a oferta, a demanda e eventos esportivos relevantes, incentivando a aprendizagem sobre o mercado financeiro.
A Chiliz destaca que a combinação da paixão dos brasileiros pelo futebol com a abertura à inovação faz do país um foco central em sua estratégia de engajamento no universo cripto. Os fan tokens surgem como uma alternativa para aqueles que buscam entender mais sobre criptomoedas.
A educação financeira digital tem avançado em paralelo ao crescente interesse por esses ativos, enfatizando a importância de compreender o funcionamento de carteiras, corretoras e métodos de pagamento. A infraestrutura brasileira, com a popularização do Pix, tem facilitado a aquisição de ativos digitais de menor valor, como os fan tokens, com a realização de milhões de transações diárias.
Os fan tokens são classificados como tokens de utilidade, oferecendo acesso a funcionalidades e experiências exclusivas, como votações em decisões de marketing e conteúdos especiais, sem garantir rendimentos financeiros. Entretanto, seu preço pode ser volátil, especialmente em momentos de alta visibilidade.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do Brasil se posicionou sobre criptoativos no Parecer de Orientação nº 40/2022, esclarecendo que um token que não se enquadra como valor mobiliário, por não envolver expectativa de remuneração, não está sujeito à Lei do Mercado de Capitais. Isso oferece previsibilidade e auxilia na redução de incertezas, permitindo que os clubes continuem oferecendo benefícios e experiências, enquanto os consumidores entendem que estão adquirindo acessos e não investimentos tradicionais.
A transparência no mercado, aliada a uma comunicação clara sobre riscos e direitos, tende a aumentar a confiança dos novos usuários que chegam ao mundo cripto por meio do futebol. O comportamento dos preços dos tokens é frequentemente influenciado por eventos esportivos, como clássicos e finais, que geram maior procura por experiências exclusivas.
A Socios prioriza educar os usuários sobre o produto antes de expandir suas parcerias, ajudando a qualificar o público e controlar expectativas sobre os preços. A comunicação de executivos da indústria, em eventos no Brasil, enfatiza a união entre investimento, paixão pelo clube e experiências únicas, como visitas a centros de treinamento e acesso VIP em jogos.
Os torcedores são incentivados a acompanhar as notícias oficiais de seus clubes e as atualizações das plataformas, compreendendo que os benefícios oferecidos não são automáticos e que as comunidades definem suas dinâmicas. Aqueles que ingressam por meio da emoção frequentemente permanecem pelo uso contínuo e pela descoberta de outros ativos digitais, como stablecoins e NFTs.
A jornada para se tornar um usuário de fan tokens normalmente começa com o cadastro em um aplicativo oficial, seguido da verificação da identidade e adição de saldo via Pix. A partir deste ponto, o torcedor pode adquirir o fan token do seu clube, votar, acumular pontos e disputar experiências. A segurança deve ser uma prioridade, ativando autenticação em dois fatores e armazenando chaves com cuidado, além de investir valores que se encaixem no seu orçamento, ciente da volatilidade dos preços.
Ao diversificar para além dos fan tokens, é fundamental entender conceitos como taxas de rede, as distinções entre corretoras e carteiras, bem como as dinâmicas de formação de preços, minimizando erros comuns para quem se aventura no universo cripto através do futebol.