Afastamento de vereador de Rondônia é prorrogado por indícios de crimes públicos
O Judiciário de Rondônia prorrogou o afastamento do vereador Thiago Tezzari, investigado por desvio de verbas públicas e organização criminosa.
O Poder Judiciário do Estado de Rondônia, por intermédio da 2ª Vara de Garantias de Porto Velho, decidiu, em 13 de novembro de 2025, prorrogar a medida cautelar que afasta o vereador Thiago Tezzari (PSDB) de suas funções públicas. A determinação atendeu a um pedido da Polícia Civil e do Ministério Público, relacionado ao processo nº 7005414-94.2025.8.22.0000, que envolve um Pedido de Busca e Apreensão Criminal.
Thiago Tezzari é considerado uma figura central em uma suspeita de organização criminosa voltada para desvio de verbas públicas, uma prática frequentemente referida como "rachadinha", além de outras condutas ilícitas associadas.
A medida cautelar inicial, que tinha um prazo de 30 dias, foi prorrogada a pedido da autoridade policial, a fim de assegurar a continuidade das investigações após o término desse período.
A defesa de Tezzari solicitou a revogação das medidas cautelares ou a desconsideração do pedido de prorrogação, argumentando que o prazo expirou no dia 8 de novembro de 2025 e que as atividades do vereador são improrrogáveis. Além disso, a defesa alegou que todas as medidas cautelares foram cumpridas e que os assessores comissionados foram exonerados, tratando-se de uma tentativa de eliminar a possibilidade de reiteração de delitos.
Em contrapartida, o Ministério Público se manifestou a favor da prorrogação, enfatizando a influência que Tezzari poderia exercer em razão do seu cargo público, o que justificaria a manutenção do afastamento.
A decisão judicial teve como base novos elementos apresentados pela Polícia, que fortaleceram a necessidade da continuação do afastamento cautelar. O relatório identificou indícios consistentes de falsidade ideológica, práticas de "rachadinha" e a nomeação de servidores fantasmas. Além disso, foram encontradas folhas de ponto de assessores com registros de entrada e saída datados do dia e horário da deflagração da Operação Face Oculta, ocorrida em 10 de outubro de 2025, às 6h da manhã, momento em que o gabinete deveria estar fechado, indicando uma possível falsificação.